MEU TCC

24 de junho de 2011

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO ENSINO SUPERIOR: AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DE UM ENSINO ATUAL
      Maria Claudice Teles Ramos
      Silvania Nunes dos Santos
      Sônia Rodrigues Farias

RESUMO

Nas últimas décadas, a preocupação com a disseminação e a democratização do acesso à educação para atender a grande massa de educandos, evidenciou a importância da educação à distância, realizada a princípio por meio de correspondência, posteriormente através do uso de meios de comunicação como o rádio e a televisão associados a materiais impressos enviados pelo correio. O advento das tecnologias de informação e comunicação trouxe novas perspectivas para a educação a distância, levando universidades, escolas, centros de ensino, organizações empresariais e grupos de profissionais de educação, design e hipermídia a se dedicarem ao desenvolvimento de cursos à distância com suporte em ambientes digitais de aprendizagem acessados via internet, os quais assumem distintas abordagens. Este artigo discute as abordagens tecnologias da educação, e como essa poderá ser uma saída para suprir a demanda do ensino superior no Brasil, destacando as vantagens e desvantagens de ingressar num curso superior à distância.


Palavras-chave: Educação à Distância. Novas Tecnologias. Ensino Superior.






INTRODUÇÃO

 

Segundo Castro (2009), logo após a criação dos selos de correio, houve a necessidade de se inventar um ensino por correspondência. Isso foi na Inglaterra, em meados do século XIX. No limiar do século XX, os Estados Unidos já ofereciam cursos superiores pelo correio. Na década de 30, três quartos dos engenheiros russos foram formados assim.
Nas últimas décadas, a educação a distância tomou um novo impulso com a integração de tecnologias tradicionais de comunicação como o rádio e a televisão associados aos materiais impressos enviados pelo correio, o que favoreceu a disseminação e a democratização do acesso à educação em diferentes níveis, permitindo atender a grande massa de alunos.
Considerando as dimensões do Brasil e a quantidade de pessoas a serem educadas, de acordo com Martins e Moço (2009 p. 53), a Educação a Distância (EaD) no ensino superior passa a ser vista como uma solução importante. De 2000 para cá, a chamada EaD, cresceu 45% em números de alunos no país. Muita gente, no entanto, ainda fica de pé atrás com quem tirou diploma nessa modalidade de ensino. Isso, em parte, por haver poucos diplomados. Dados do Inep revelam que, enquanto a graduação presencial formou 736.829 profissionais em 2006, o ensino a distância contabilizou apenas 25.804. Esse contingente ainda é pequeno para que as redes avaliem a competência deles.
Mas é importante compreender que os desafios da EaD são congruentes com os desafios do sistema educacional em sua totalidade, cuja análise implica em analisar que educação se pretende realizar, para quem se dirige, com quem será desenvolvida, com o uso de quais tecnologias e quais as abordagens mais adequadas para acelerar o processo de inclusão social da população brasileira.
Esse artigo tem como finalidade discutir as abordagens tecnológicas da educação, destacando as vantagens e desvantagens de se fazer um curso superior à distância, e apontando esse, como uma possível saída para suprir a demanda do ensino superior no Brasil, mostrando também os avanços que essa modalidade de ensino vem alcançando.

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos a pesquisa é bibliográfica, que de acordo com Gil, (1999, p. 65-66),é uma técnica desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.
O método utilizado na pesquisa será o dedutivo que segundo Silva (2001, p. 37), tem o objetivo de explicar o conteúdo das premissas. Por intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de análise do geral para o particular, chega a uma conclusão.
Quanto à abordagem a pesquisa será qualitativa, que de acordo com Silva (2001, p. 37) é considerada como aquela em que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas.

ABORDAGENS DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA (EaD)

Para Castro (2009), EaD significa que alunos e professores estão espacialmente separados – pelo menos boa parte do tempo. O modo como vão se comunicar as duas partes dependem da tecnologia existente. No começo, era só por correio. Depois apareceu o rádio – com enorme eficácia e baixíssimo custo. Mais tarde veio a TV, área em que Brasil e México são líderes mundiais (com o Telecurso e a Telesecundaria).
Há uma exigência por pessoas mais maduras e mais disciplinadas, pois são quatro anos estudando sozinhas. As telessalas, que reúnem os alunos com um monitor, têm o papel fundamental de criar um grupo solidário e dar ritmo aos estudos. (CASTRO, 2009, p. 02)
Martins e Moço (2009, p. 54) confirmam que o curso a distância não é adequado para os mais jovens, pois, de acordo com a Associação Brasileira de Educação a Distância (ADEB), 54% das instituições que oferecem cursos à distância declararam que a maioria dos matriculados tem mais de 30 anos. Eles acrescentam também que em geral os mais jovens não atingiram o nível de maturidade, comprometimento e responsabilidade que o planejamento de estudos da modalidade requer. De fato, é necessária muita disciplina. Não se pode deixar o material de leitura acumular. Se isso ocorre, fatalmente não se consegue aprender o conteúdo, perceber onde se tem dificuldade para pedir ajuda ou mesmo acompanhar as discussões nos momentos em que toda a turma está reunida por meio de chats e videoconferências.
Dessa forma, a EaD visa prioritariamente à população adulta que não tem possibilidade de freqüentar uma instituição de ensino convencional presencial, que tem pouco tempo disponível para decidir seus estudos. Existe um consenso de que, quanto mais velho o aluno, melhores suas condições de chegar a respostas e avançar por si mesmo, daí os bons resultados da graduação à distância. (BORGES; WEINBERG, 2006, p. 59).
Além disso, para ser um aluno da EaD é preciso ter um bom computador e uma boa conexão de internet. Martins e Moço (2009, p. 54) esclarecem que quase 100% dos cursos de graduação e pós utilizam a internet como o principal meio de ensino. Quem não tem computador com internet rápida pode sair prejudicado. Afinal, ninguém tem paciência de passar horas esperando um vídeo carregar. E não se pode perder a chance de conversar com o professor em videoconferência porque a máquina não dá suporte a essa ferramenta. "Os pólos presenciais costumam disponibilizar computadores com conexão à internet. Quem não tem isso em casa e não mora tão próxima aos polos deve encontrar um meio de acesso à banda larga, nem que seja em um cybercafé”.
As instituições investem mais em tecnologia do que em conteúdo. Em 2009, além do investimento em tecnologia, também houve destaque para gastos com estrutura física (aquisição de equipamentos e acervos para bibliotecas e bancos de dados). Martins e Moço, (2009, p. 58) ressaltam que só essa infraestrutura não faz uma Educação a distância de qualidade. "Igualmente importante é o investimento em conteúdo. Por isso, no momento de procurar uma faculdade a distância, não cabe se deslumbrar com inúmeros itens tecnológicos apresentados e achar que o curso é bom pela simples presença deles".
Em graduação, há uma avaliação por disciplina, obrigatoriamente. Já nas especializações, são, no mínimo, duas provas escritas. Além disso, as boas instituições pedem, em média, dois trabalhos por semana, com hora limite para a postagem na rede. Por sua natureza, a EaD apresenta uma particularidade: o meio eletrônico garante o registro de cada passo do aluno, dando destaque à avaliação processual. É possível saber quantas vezes ele entrou no ambiente virtual, o tempo passado em fóruns e chats e qual a qualidade dessa participação. Cabe ao tutor avaliar o comportamento de cada um no ambiente virtual.
O aluno não fica isolado ele precisa interagir com os colegas, isso ocorre por várias razões. A primeira é a exigência do MEC de que sejam organizados momentos de convivência e interação entre os colegas nos pólos presenciais, o que ocorre nas atividades complementares, obrigatórias por lei, como sessões de filmes, debates e encontros, e nas provas finais. As atividades em que todos devem estar online juntos, como chats e videoconferências, são estratégias que garantem a relação entre a turma.
Leszczynski (2010, p. 36) acrescenta, numa educação pela internet, as pessoas interagem por meio de uma tela de computador, mas é uma educação que é derivada da ação de pessoas, sem as quais não existe a EaD. Diferentes agentes participam desse processo educacional: o professor que escreve o que faz a mediação, a equipe pedagógica, o designer instrucional. Para se ter ideia, só para escrever um material o aluno pode contar com sete agentes, com o professor desenvolvendo diferentes papéis. Então ele é um guia e não mais a única fonte de acesso ao conhecimento.
Os trabalhos semanais também costumam ser realizados em grupo e deve-se usar a rede online para combinar o desenvolvimento deles e as datas de reunião. Outro fator que contribui para a interação é que a organização é feita em turmas em quase metade das instituições. Dessa forma, durante anos, os mesmos alunos seguem juntos, o que os aproxima como em qualquer faculdade.
Não há como estudar menos que o ensino presencial se o curso for bem planejado, rico em material básico e complementar, e se professores, tutores e estudantes participam de várias atividades para construir o conhecimento coletivamente. Sem um professor ao lado diariamente para dar orientação, como ocorre normalmente em uma aula presencial, os alunos precisam se dedicar à pesquisa. Consultar várias fontes é essencial para que eles possam seguir adiante em suas atividades até que o tutor retome com ele o conteúdo.

QUALIDADE PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

De acordo com Avancini (2011, p. 86), o avanço da educação a distância deverá gerar um sistema híbrido, no qual as novas tecnologias da comunicação serão incorporadas às salas de aula convencionais, assim como algumas características do ensino presencial serão mantidas. O avanço da educação a distância deverá gerar um sistema híbrido, no qual as novas tecnologias da comunicação serão incorporadas às salas de aula convencionais, assim como algumas características do ensino presencial serão mantidas.
“A discussão sobre usar ou não a internet no ensino tornou-se ultrapassada, uma vez que ela já se provou uma ferramenta útil em todos os níveis de ensino. O efeito positivo se vê nas notas”. (BORGES; WEINBERG, 2006, p. 76).
A educação a distância, com características próprias tem, na atualidade, condição de utilizar como veículo para a comunicação as últimas conquistas da tecnologia: livros, discos compactos, vídeos ou transmissões de televisão, que permitem interações e a veiculação da proposta de ensino com agilidade e qualidade. Contudo, o valor da proposta, mesmo quando adota os últimos desenvolvimentos da tecnologia, continua residindo, como qualquer outra proposta educacional, na qualidade dos conteúdos e em suas propostas para o ensino. (VALENTE, 2002, p. 47).
Segundo Castro (2009, p.78), o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), o novo “Provão”, trouxe novidades interessantes. Em metade dos cursos de nível superior avaliados, os programas a distância mostram resultados melhores do que os presenciais. O autor alega também que na prática, em boa parte das nossas faculdades, estudar é apenas passar vinte horas por semana ouvindo o professor ou cochilando. Mas isso não é possível no EaD. Para preencher o tempo legalmente estipulado, o aluno tem de ler, fazer exercícios, buscar informações, etc. Portanto, mesmo nos cursos sem maiores distinções, o EaD acaba sendo uma aprendizagem interativa, com todas as vantagens que decorrem daí.
A evasão na EaD é outro ponto curioso. Na graduação e na pós-graduação à distância, a minoria dos discentes desiste antes de se formar, enquanto nos presenciais essa taxa passa a ser um pouco maior, de acordo com o Censo de 2006 do Inep. "A evasão ocorre quando não há dedicação. Se as tarefas não são feitas em uma semana, na próxima é necessário correr muito para acompanhar. Quem não consegue colocar os estudos em dia desiste, pois percebe que não tem mais como chegar lá". (NEVES, 2007, p. 11).
Dados da Associação Brasileira de Educação a Distância (ADEB) mostram que em quatro anos - de 2004 a 2008 - o número de matrículas nesta modalidade de ensino aumentou sete vezes no Brasil. O bom do crescimento da educação a distância no ensino superior revela a importância de pensar o uso dessa modalidade, adaptada a um mundo cada vez mais veloz e conectado. O papel das instituições de ensino nesse processo muda, então, para se tornarem mediadoras e orientadoras do processo de aprendizagem. (LESZCZYNSKI, 2010).


DESVANTAGENS DE UM ESTUDO A DISTÂNCIA

Leszczynski (2010, p.39) afirma que o ensino a distância requer um plano de aulas muito bem estruturado, o que falta à maioria das faculdades. EaD se antecipa o planejamento da disciplina com um guia de estudos. Esse percurso, essa conectividade que o aluno instaura num processo de educação a distância tem um pano de fundo que é o planejamento. Essa é a didática. A educação a distância não existe sem uma concepção de educação, sem um guia de orientações.
Cada recurso didático empregado na educação a distância contém características estruturais específicas e níveis de diálogos possíveis de acordo com a própria mídia, os quais interferem no nível da distância transacional. Da mesma forma, em um ambiente de sala de aula o nível de diálogo e participação dos alunos é propiciado pela abordagem pedagógica assumida pelo professor e respectivas estratégias e mediações pedagógicas. Bouchard (2000, p. 78) prefere tratar da “latitude” inerente à determinada mídia “em função das estruturas e do diálogo que ela autoriza ou não autoriza, ao invés do grau absoluto de distância intrínseca da mídia”.
Em EaD, o professor, chamado tutor, tem contato direto com os alunos e é o responsável por tirar as dúvidas e avaliar a participação deles nas tarefas. O grande problema é que a formação dos tutores exigida por lei é muito baixa. Eles devem apenas ser formados na área em que vão fazer a tutoria há, pelo menos, dois anos. Um curso só será bom e atingirá seu objetivo se fazer com que todos aprendam.

O professor precisa ter novas habilidades, dominar as linguagens midiáticas, consiga desenvolver diferentes narrativas, sejam virtuais, escritas, orais. E o papel da universidade é pensar num currículo que proporcione à formação do aluno um conhecimento que lhe possibilite intervir na sua realidade. (LESZCZYNSKI, 2010, p. 38).

O nível de exigência das provas, que são discursivas, é o mesmo das aplicadas nas faculdades presenciais. Muitas vezes, elas se tornam ainda mais difíceis pelo acúmulo de conteúdos cobrados. Isso porque, num curso de qualidade, o conhecimento sobre o material complementar disponível no ambiente virtual também é avaliado.
Isso significa que obter o diploma não é tão fácil como algumas pessoas imaginam. Para começar, vale lembrar que o tempo de duração do curso é o mesmo que na modalidade presencial. Carlos Eduardo Bielschowsky, secretário de Educação a distância do MEC (Ministério da Educação e Cultura) afirma, diz que os diplomas de graduação e pós-graduação, sejam eles presenciais ou à distância, são equivalentes. Por lei, exigimos o mesmo grau de rigorosidade em ambos. Por isso, quem acha que uma boa faculdade a distância é moleza pode acabar se frustrando com o grau de dificuldade que se apresenta e não seguir adiante. (MARTINS; MOÇO, 2009, p. 55).
A turma de um curso a distância é maior do que a de um presencial. Uma turma de graduação presencial tem, em média, 80 integrantes, enquanto na Educação à distância esse número pode chegar a 180. Segundo a Abed, o docente de graduação e de pós-graduação a distância tem em média um tutor para cada 97 alunos. Isso é um fato problemático. "Cada tutor deveria ser responsável por 25 estudantes para dar a atenção necessária e responder a tempo a todos."
O fato de os cursos à distância serem normalmente mais baratos que os presenciais muitas vezes se tornam um artifício. Para não ser pego no susto, porém, o ideal é fazer um levantamento de todos os gastos relacionados antes de efetuar a matrícula. Segundo a Abed, a questão financeira é citada como um dos motivos de abandono por 48,5% dos graduados e 30,4% dos pós-graduandos a distância que evadiram. O valor da mensalidade não é o único dinheiro a ser investido. É preciso estar ciente dos custos com transporte e alimentação para participar das atividades presenciais obrigatórias na própria instituição ou no pólo disponibilizado por ela.
Quem é disperso não se dá bem, isso é fato, quem é pouco comprometido ou necessita de alguém cobrando o tempo inteiro para que estude não pode fazer uma faculdade a distância. É necessário ter um método de estudo e um compromisso com a própria aprendizagem. “A Educação a distância requer leitura e interpretação de textos e ter concentração é básico para essas tarefas mesmo que o curso seja presencial".
Martins e Moço, (2009, p. 59) ressaltam, é mais difícil conseguir emprego, pois, ainda há um grande preconceito contra o EAD. Em parte, ele pode ser explicado pelo pouco tempo de existência dela na graduação. O mercado não conhece os formados a distância e há um desconhecimento muito forte sobre a qualidade dos cursos.
A lei garante que nos certificados do Ensino Superior não venha especificamente que a formação foi feita a distância, ou seja, não há diferença entre o certificado da EaD e do ensino presencial. O Conselho Federal de Biologia, por exemplo, havia vetado o registro profissional de alunos graduados a distância, medida revogada pela Justiça Federal. Entretanto, numa entrevista de emprego, isso pode pesar na escolha. Até mesmo entidades oficiais declaram não concordar com a formação semipresencial.
 Noronha (2011, p. 41) comenta "não achar bom para a Educação que professores façam a primeira faculdade à distância. Para que a formação inicial tenha verdadeiramente qualidade e prepare o professor para a prática de sala de aula, ela precisa ser presencial". Segundo ela, o tema foi debatido nas etapas intermunicipal e estadual da Conferência Nacional de Educação, e essa foi à opinião da maioria dos integrantes.
Para Avancini (2011, p. 86), um bom tutor precisa de uma boa base pedagógica e metodológica. O tutor precisa de habilidades novas porque a educação a distância é uma modalidade nova. Precisa saber usar as novas tecnologias e estabelecer um bom relacionamento com os alunos. Portanto, não adianta a instituição ter mestres e doutores, produzir um bom material didático, fazer uma boa preparação de todo o processo acadêmico e, na hora de efetivar a aprendizagem, ter um tutor despreparado. 
Deve ter-se em conta que o sucesso de um curso depende do equipamento usado na sua aprendizagem. Se o equipamento for inadequado, o curso pode falhar. Alguns estudantes têm pouco ou nenhum acesso ao equipamento informático necessário, ou não possuem conhecimentos básicos de informática e, por conseguinte, a motivação necessária para trabalhar com sucesso.  Como resultado, alguns estudantes evitam fazer parte destes cursos, ou concentram-se preferencialmente nos seus problemas tecnológicos, em vez de se debruçarem sobre o método de aprendizagem. Na maior parte das vezes, os alunos que possuem um equipamento informático mais avançado têm mais probabilidades de sucesso.


CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação a distância é uma modalidade de ensinar e aprender altamente democrática, pois iguala as oportunidades de acesso ao saber, ao conhecer e fomenta a educação permanente. Portas se abrem para muitos, cria-se a possibilidade do aprendizado sem fronteiras e em diversos níveis para um grande número de interessados, independente do espaço e tempo.
Outro fator a considerar é que essa modalidade de educação favorece e incentiva o desenvolvimento da autonomia do sujeito em seu processo de aprendizagem, pois lhe dá condições de gerenciar com responsabilidade e liberdade seus estudos e pesquisas enquanto recebem das agências formadoras material de qualidade, orientações precisas, apoio na resposta às suas dúvidas e questionamentos e retorno às avaliações em processo. Essa autonomia, por sua vez, propicia o encorajamento e eleva a auto-estima, abrindo ao sujeito condições de se perceber capaz de realizações nos níveis pessoal e coletivo.
Porém, no que diz respeito ao relacionamento entre os estudantes, deve ter-se em atenção que o ensino à distância não inclui a motivação e a competição que resultam do contato entre alunos. O mesmo acontece com a interação aluno-professor.
Os cursos disponíveis não são suficientemente flexíveis, uma vez que não incluem os imprevistos da disciplina, dificuldades na compreensão e reação dos alunos. A espontaneidade deixa de existir.
O ensino à distância oferece ao professor um novo desafio: o seu método de ensino deve ir ao encontro das necessidades e expectativas dos vários participantes. O professor deverá também fazer um esforço para compreender as capacidades e necessidades dos estudantes, sem o contato pessoal e a experiência direta de trabalho com os participantes do curso.
A educação a distância tem fatores muito positivos desde que estes sejam levados a sério, isto é, fundamentados e praticados a partir de uma proposta bem projetada, assim como, da substituição da educação tradicional. Há que se levar em consideração a veracidade e a responsabilidade para com o ensino dos profissionais que vão atuar desde escolas, comércios a hospitais e afins.

REFERÊNCIAS
AVANCINI, Marta. Um novo perfil docente. Revista Ensino Superior. Nº 149. São Paulo, Fev. 2011.
BORGES, Marana; WEINBERG, Monica. Diploma sem sair de casa. 2009. Disponível em:<http://veja.abril.com.br> Acesso em: Mar. 2011.
BOUCHARD, P. Autonomia e distância transacional na formação à distância. Ciberespaço e formações abertas. Porto Alegre: Artmed, 2000.
CASTRO, Claudio de Moura. Embromação à distância? 2009. Disponível em:<http://veja.abril.com.br> Acesso em: Mar. 2011.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
LESZCZYNSKI Luciene. Um novo papel. Revista Ensino superior. Nº 150. São Paulo, Mar. 2011.
MARTINS, Ana Rita; MOÇO, Anderson. Vale a pena entrar nessa?. Revista Nova Escola. N° 227. São Paulo, Nov. 2009.
NEVES, Carmen Moreira de Castro. Referencias de Qualidade para Cursos a Distância. Brasília, 2003. Disponível em  http://www.portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/ referenciaisqualidadeead.pdf.  Acesso em: Abr. 2011.
NORONHA, Maria Izabel Azevedo. Educação à distância. Disponível em: <http://siead.mec.gov.br/designedu.html> Acesso em: fev. 2011.
SILVA, Edna Lucia da. Metodologia de pesquisa e elaboração de dissertação. 3ed. rev. atual. Florianópolis: Laboratório de ensino à distância da UFSC, 2001.
VALENTE, José Armando. Educação a Distância - Prática e Formação do Profissional Reflexivo. Campinas: Unicamp/NIED, 2002.  

0 comentários:

Postar um comentário